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Jogos Pan-Americanos: só contam as medalhas?

Alguns (ou muitos?) meios de comunicação transformaram os Jogos Pan-Americanos em uma espécie de campeonato de coleção de medalhas: só interessava o número de medalhas conquistadas por um país. Aspectos importantes e interessantes dos esportes, como suas características, onde eles são praticados no Brasil, o que caracteriza um bom desempenho em cada atividade, quais são as características físicas (altura, tipo de composição muscular...) dos e das atletas que se dedicam a um determinado esporte, quais as habilidades exigidas, como o resultado obtido em uma atividade se compara com os recordes mundiais, onde cada atleta brasileiro treina e quem o treina..., foram negligenciados. Só conta a quantidade de medalhas conquistadas.


    Os atletas que ficaram depois da terceira posição, portanto, sem medalhas, apesar de serem atletas para lá de excelentes, são totalmente ignorados. Ora, valorizar os excelentes desempenhos desses e dessas atletas serviria de incentivo, ajudaria a divulgar o esporte e poderia servir, também, de pressão para que o setor público – municípios, estados e governo federal – cuidassem melhor dos nossos e das nossas atletas.

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    Mas, para boa parte dos meios de comunicação, só contam as medalhas. Pior: na contabilidade de medalhas, parece que esses meios de comunicação não sabem nada de aritmética além da conta de somar. Assim, comparam países enormes com países muito pequenos. Afinal, quem se saiu melhor: os EUA, com mais do que 300 milhões de habitantes, ou o Uruguai, com cerca de 3 milhões de habitantes. Cuba ou Canadá? Brasil ou Jamaica?

 Veja o gráfico abaixo, no qual aparece o número de medalhas por milhão de habitantes para vários países (não foram considerados países com populações muito pequenas).




Cuba, por exemplo, tem, para cada conjunto de um milhão de habitantes, mais do que dez medalhistas: ou seja, uma medalha para cada cem mil cubanos. Os EUA, se foi um grande conquistador de medalhas, não é pela importância qua dá aos esportes amadores, mas por causa do tamanho de sua população: um desempenho equivalente à um décimo daquele apresentado por Cuba ou pela Jamaica.
O Brasil, infelizmente, teve um dos piores desempenhos quando considerada sua população, de pouco mais do que 200 milhões de habitantes. Para termos tido um desempenho ruim como o dos EUA, nossos atletas precisariam ter conquistados cerca de 170 medalhas (contra as 141 que conquistaram).
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O que está escrito aqui não deve ser entendido como crítica a nenhum dos excelentes atletas brasileiros. Ao contrário, devemos reconhecer seus esforços e seus excelentes desempenhos, apesar de todas as dificuldades que enfrentam para se desenvolverem. Parabéns a todos e todas!!

Abaixo, tabela com as medalhas conquistadas pelos países participantes do Jogos Pan-Americanos de Toronto.








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