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Um valor típico para a força de contração que um músculo consegue exercer é de aproximadamente 20 a 30 newtons por centímetro quadrado, ou cerca de 2,5 a 3,0 kgf/cm2. Isso quer dizer que cada centímetro quadrado do músculo consegue exercer uma força de 20 a 30 N. Por exemplo, um músculo, ou conjunto de músculos atuando paralelamente, com uma área de 50 centímetros quadrados consegue exercer uma força de 1.000 N a 1.500 N (cerca de 100 kgf a 150 kgf). (Esse área de 50 cm2 corresponde, aproximadamente, aos músculos da coxa, o quadríceps; evidentemente, a área da seção transversal de um músculo depende do tamanho da pessoa, da idade e, claro, de seu perfil físico.)
Com um pequeno músculo com apenas 0,1 cm2 de área, a maior força que podemos fazer é da ordem de 2 ou 3 N, ou seja, a força necessária apenas para segurar um livro não muito grande.

Alavancas
Todas as forças referidas acima correspondem a forças feitas para contrair o músculo. Entretanto, muitos músculos fazem parte de sistemas de alavancas: eles, ao se contraírem, apenas puxam ou empurram alguma alavanca – o maxilar, um membro etc. A figura abaixo ilustra como os músculos do antebraço puxam uma alavanca. As duas forças representadas em azul formam um par de forças cujo torque em relação ao “pino” – em uma condição de equilíbrio – deve ser nulo. Assim, a força representada pela seta menor (que corresponde ao peso daquilo que se está carregando, por exemplo) é menor do que a força feita pelo bíceps.

Força em movimento
Há, ainda, um aspecto importante sobre a intensidade de força que conseguimos exercer. Um músculo consegue exercer uma força da ordem de 20 a 30 newtons por centímetro quadrado em uma situação estática, sem movimento. Entretanto, quando um músculo está se contraindo, a força que conseguimos exercer é tão menor quanto maior for a velocidade dessa contração. E há uma velocidade de contração que a partir da qual não conseguimos mais fazer força alguma.
Em resumo, quanto menor a velocidade de contração dos músculos, maior a força que conseguimos fazer; e quanto maior a velocidade, menor a força. Isso explica porque, quando empurramos um carro quebrado, por exemplo, conseguimos, no início, exercer uma força bem intensa. Entretanto, na medida em que o carro vai ganhando velocidade, a velocidade com que os músculos da nossa perna se contraem – são com eles que andamos para a frente e empurramos o carro – nossa capacidade de fazer força vai se reduzindo e, portanto, a aceleração que conseguimos imprimir ao carro também vai se reduzindo.
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Ótimo artigo. Parabéns.
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