A marcha atlética é um esporte no qual o atleta deve andar o mais rapidamente possível, mas sem correr. E a diferença entre andar e correr é muito simples. Quando andamos, mantemos pelo menos um pé em contacto com o solo durante todo o tempo, ou seja, só tiramos um pé do chão depois que o outro já está encostado no solo. Quando corremos, uma parte do tempo estamos com os dois pés “no ar”, sem contacto com o solo. Assim, a regra básica da marcha atlética é manter pelo menos um dos pés em contacto com o solo todo o tempo; quem não fizer isso será desclassificado. (Você encontrará, facilmente, vários vídeos de marcha atlética na Internet.)
Uma característica marcante da marcha é o estranho rebolado feito pelos e pelas atletas. Por que isso? Por que essas pessoas, durante a marcha atlética, não andam da mesma forma elegante que todos nós andamos? A resposta é a seguinte. Ao andar ou ao correr, nosso corpo sobe e desce a cada passo que damos. Ou seja, nosso centro de massa sobe e desce. Mas nosso centro de massa só pode descer com uma aceleração igual à aceleração da gravidade, da ordem de 10 m/s2. Assim, durante um passo, precisamos esperar que o centro de massa do nosso corpo desça para que aquele pé que está levantado possa ter contacto com o chão novamente.
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Quando andamos normalmente, ou mesmo rapidamente, mas não tão rápido quanto na marcha atlética, há tempo suficiente para que o centro de massa do nosso corpo desça e possamos colocar um pé no chão antes do outro ser levantado. Entretanto, quando se anda muita rapidamente, por exemplo, a mais do que 4 m/s, que é a velocidade típica na marcha atlética, devemos evitar que o centro de massa suba muito, pois, de outra forma, ele (o centro de massa) demoraria muito tempo para descer e, portanto, para que possamos colocar o outro pé no chão.
Na marcha atlética, o atleta dá um passo em menos do que 0,2 segundos. Assim, o centro de massa deve descer na metade desse tempo (na outra metade, ele está subindo). Isso implica que ele não pode subir mais do que alguns poucos centímetros e, para isso, é necessário aquele movimento estranho, uma espécie de rebolado.
Quando corremos, esse problema do sobe e desce não atrapalha. Depois de uma passada, nosso centro de massa sobe muito e tiramos um pé do chão antes que o centro de massa desça o suficiente para que possamos colocar o outro pé no chão. Em uma corrida, vamos como que saltando.
Quando andamos normalmente, também não há nenhum problema, pois demoramos um tempo suficientemente longo para completar um passo, de tal forma que o nosso centro de massa já terá descido quando colocamos o outro pé no chão.
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Po muito bom saber sempre quis saber o motivo daquele jeito estanho de correr, agora sei nos minimos detalhes kkkk, sem ao
ResponderExcluirmenos nuca ter corrido
Eu sempre pensei que era pra poder ter uma passada maior. Bom saber
ResponderExcluirAdailton,
ExcluirOs problemas da física do dia-a-dia são, em geral, muito complexos. Por isso, os simplificamos para entender o que eles têm de fundamental e, assim, muita coisa escapa.
Penso que esse ponto que você levanta é interessante, pois uma passada maior dá mais tempo para que o centro de massa desça.